A Seleção Feminina de Futebol treinou pela última vez no Brasil na manhã desta sexta-feira (6) no CT do PAEC. As jogadoras comandadas por Kleiton Lima participarão da 26ª edição da Universíade de Verão, uma espécie de jogos olímpicos universitários, em Shenzhen, na China.
Para a disputa da competição, Kleiton Lima não contará com a base da Seleção principal. Mesmo assim, vê nos jogos a oportunidade de descobrir novos talentos. “É uma oportunidade para descobrir jogadoras da base ou que já observávamos antes. E após um convite da Federação Paulista de Futebol montamos uma boa equipe para representar o Brasil nos jogos”, disse o treinador.
A equipe montada por Kleiton não é marcada apenas por novas jogadoras. A Seleção que disputará os jogos na China mescla a experiência de atletas como a zagueira Bagé, de 27 anos, com a juventude da atacante Thaisinha, a mais nova do elenco, com 18 anos.
Segundo a atacante, presente no Mundial da Alemanha de 2011 com a Seleção, vestir a amarelinha, mais uma vez, sendo a mais jovem, não é peso nenhum. “Depois de jogar ao lado da Marta me sinto mais confiante. E é um grande prazer poder jogar junto com as meninas e atuar ao lado de jogadoras tão consagradas”, falou após o treino.
Entre as jogadoras já consagradas e presentes na convocação de Kleiton Lima encontra-se a zagueira Bagé. Para ela, a eliminação no Mundial já ficou no passado e chegou a hora de dar a volta por cima e chamar a responsabilidade em um elenco tão jovem. “Vou reverter essa situação. Sou uma das mais experientes e tenho o papel de conversar com as meninas e assumir as responsabilidades”, declarou a zagueira.
Apesar do clima de confiança, a caminhada da equipe feminina não será fácil. Antes de entrar em campo e enfrentar Estônia, Japão e França, as duas últimas com tradição no torneio e que jogarão com a base das suas equipes da Copa do Mundo, a Seleção enfrentará uma viagem de aproximadamente 32 horas até a China.
Mesmo com o cansaço proveniente da viagem, o preparador físico da Seleção, Edson Figueiredo, preparou uma série de trabalhos especiais para as jogadoras. “Nesse período de treinamento antes da viagem trabalhamos com jogadoras que estavam treinando, se recuperando ou de férias. Então cada uma teve um trabalho específico para que durante a viagem tenham um período de recuperação da atividade”, explicou.
Outro fator preocupante é a adaptação ao fuso horário chinês. São 11 horas de diferença entre o Brasil e o país oriental. Para isso, Edson também tem a solução. “Lá, o trabalho será focado ao acerto do sono delas e ao trabalho de alongamento”, concluiu.
Um dos idealizadores do projeto de levar a Seleção à disputa do torneio na China, José Carlos Brunoro acredita na realização de parcerias para a evolução do esporte. “A CBDU (Confederação Brasileira de Desporto Universitário) tem procurado realizar essas parcerias a fim de melhorar as modalidades. Fizemos com o basquete e agora, com o futebol feminino, contamos com a ajuda da FPF que desenvolve o maior campeonato da modalidade e nos deu todo o apoio operacional na estadia em São Paulo e no treinamento”, disse.
Chefe da delegação feminina na competição, o vice-presidente do departamento de futebol amador da Federação Paulista de Futebol, Américo Calandriello Júnior, ressaltou a participação da FPF na modalidade e a importância em aliar esporte e educação. “A Federação sempre que solicitada comparece. Ela é incentivadora do futebol feminino e mostra sua grandeza em apoiar o esporte junto à educação”, finalizou.
