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sábado, 3 de agosto de 2013

Avaliação estuda relação da Educação Física com o desempenho em sala de aula

A Prefeitura de Botucatu, através da Secretaria Municipal de Educação, deve concluir nos próximos 30 dias uma avaliação baseada em um estudo realizado na Universidade “La Sierra”, na cidade de Riverside - Califórnia (EUA), que verificará a existência de uma associação entre a aptidão física com o desempenho dos alunos em sala de aula. Se confirmada tal relação, as aulas de educação física deverão receber uma valorização ainda maior.

A ideia da avaliação surgiu da participação da coordenadora de Educação Física da Secretaria de Educação, Gisele Cristina Bertoloni, em um evento coordenado pelo professor Robert K. Thomas, do Departamento de Saúde, Ciência e Exercícios da Universidade La Sierra, em que o mesmo apresenta uma relação positiva entre a prática das atividades esportivas, com uma melhora significativa no desempenho dos alunos em sala. “Um debate sobre o impacto da Educação Física no desempenho escolar se fez necessário, já que existem evidências da associação positiva entre educação física escolar e a aprendizagem”, afirma Bertoloni.

A partir dos estudos, a coordenadora decidiu realizar também em Botucatu, os mesmos tipos de testes realizados no país norte-americano. “Avaliamos toda a rede por amostragem. Selecionamos 800 crianças da rede municipal de ensino, aleatoriamente. Conseguimos alunos de todas as salas de aula das escolas municipais, em todas as faixas etárias, para que os mesmos passassem por uma criteriosa avaliação da aptidão física, realizada por mim e pelas professoras Edilaine Michelin e Malu Astolfi Martins, além das estagiárias Fernanda Pereira de Souza, Taís Cristina da Silva e Patrícia Fernandes. Com os resultados de cada um deles, partimos para a segunda fase da avaliação”, explica Gisele.

Na segunda etapa, a avaliação será do desempenho dos alunos em sala de aula, nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. “Ainda estamos levantando essas informações através das notas dos boletins de cada um dos alunos. A partir daí, os dados serão cruzados e chegaremos a um resultado que poderá comprovar, ou não, a relação positiva da atividade física com o desempenho em sala de aula. Todas as informações serão entregues a uma equipe especializada em estatística e em cerca de 30 dias teremos os primeiros resultados”, informa a coordenadora de Educação Física.

Se confirmada a relação positiva da atividade física com a sala de aula, a coordenadora afirma que algumas mudanças poderão ser avaliadas dentro da Secretaria de Educação. “Claro que daremos uma atenção muito especial para esse resultado. Nossa preocupação não é especificamente com a educação física em si, mas sim, com o desempenho satisfatório dos alunos de uma maneira geral. Avaliaremos todas as possibilidades possíveis e imagináveis de conciliarmos as duas práticas de uma maneira mais efetiva, buscando cada vez mais ganhos aos alunos”, concluiu Gisele.

Para a professora da rede e doutora em Saúde Coletiva, Edilaine Michelin, outros resultados secundários ainda poderão ser observados como a diferença entre meninos e meninas e entre escolas centrais e periféricas. “É muito gratificante unir escola e universidade e poder melhorar a qualidade da educação através da pesquisa”, declara.


De acordo com a secretária municipal de Educação, Alessandra Lucchesi de Oliveira, os resultados obtidos através dessa pesquisa poderão nortear as intervenções pedagógicas para uma aprendizagem ainda mais de qualidade. “A educação física se fortalecerá como uma grande parceira na busca por uma educação de excelência”, afirma.